Sem máscaras

Esse blog é uma espécie de "reclamário"que construí cá online. Com comentários sobre cultura, comportamento, um pouco de política. Opinião. Ironia. Os temas são amplos: o que der na telha, entre livros, músicas, videos, séries de tv, um e outro filme, papos de boteco, enfim - aquilo de que nos ocupamos na web e na vida.
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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Realidade distorcida




Essa semana assisti um pequeno pedaço da novela “Viver a Vida”, coisa que raramente faço porque normalmente minha televisão fica ligada com o dvd só rolando shows de Rock´n Roll da melhor qualidade.

Pelo pouco que vi a maior falha dessa novela está exatamente na personagem Luciana, que muita gente vem elogiando como um exemplo para que os tetraplégicos vejam que é possível levar uma vida feliz após um acidente como o dela


O médico que a acompanha a tetraplégica, só falta ficar 24 horas do dia na casa dela. Tudo bem que há o interesse romântico, mas mesmo assim, é atenção demais. Aliás, aquele hospital deve ser o desejo de todo profissional de saúde: todo mundo bonito, com os jalecos impecáveis, sempre tomando café. As terapeutas são perfeitas. E, claro, para trazer a garota para casa, basta fazer as adaptações arquitetônicas corretas, que tudo está resolvido. Simples!

Será mesmo? Na vida real, quantas pessoas que ficam tetraplégicas, ou mesmo paraplégicas, têm condição de fazer todas as adaptações exigidas para que a casa se torne um local de fácil locomoção? Quantas podem arcar com os custos de fisioterapia todos os dias para recuperar os movimentos? Quantos médicos se envolvem tão profundamente com a pessoa acidentada?

Acho ótimo que as dificuldades dos cadeirantes sejam mostradas. Porém, acho que seria mais eficaz se o autor mostrasse situações mais plausíveis com a nossa realidade: os convênios que negam sessões de fisioterapia, as dificuldades de se movimentar numa casa não adaptada para cadeirantes, a verdadeira lentidão da recuperação de quem sofre um acidente como o da personagem. A novela deveria refletir a regra, e não a exceção. Assistindo a um capítulo, me veio a sensação de que tudo parecia simples demais para quem está passando por um problema tão sério.

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